segunda-feira, 5 de setembro de 2016

sobre o dia do irmão.

Foi um abraço intenso
Senti seu coração pular no meu peito
Olhei nos seus olhos profundos que me gritavam sentimentos
eram espelhos dos meus
Mas a gente não disse nada, a gente ainda não é capaz

terça-feira, 26 de abril de 2016

O que dizer sobre nós?

Dois anos, dois meses e nove dias: a gente se olhou timidamente e se cumprimentou como de faz com um (des)conhecido.
Ele fumava, eu falava de samba
O rosto dele por trás da fumaça, o meu por trás dos cabelos emaranhados.
O que dizer sobre nós?
Sem laços, só embaraços.
O que passou se apagou na bituca do cigarro,
Ficou pra trás tão rápido quanto o 'fechamento da porta do trem'.
Cuidado!
Agora, cada um desembarca numa estação diferente.

sábado, 16 de abril de 2016

Dez anos.

Eu nem acredito que a gente esperou dez anos pra fazer isso. Ainda bem que toda essa intimidade existe, ainda bem que a gente se encontrou. Só de pensar no que poderia ter acontecido se eu tivesse colocado a outra opção.. Credo! Talvez eles sejam o conjunto de seres humanos que eu mais aprecie na face da terra. Será que eles sabem disso? Espero que eu tenha deixado claro o tamanho do meu amor. Espero que eles não confundam meu carinho com álcool. Meu Deus, eu nunca mais vou tomar Skol Beats. Mentira. Quando será que a gente vai se ver de novo? Eu gosto tão mais de mim quando eu me compartilho com eles. Que trânsito! Queria chegar cedo em casa, tanta coisa pra fazer! Quero postar a nosso foto. Eu não acredito que eu invadi a escola pra tirar uma foto. Ah, que foto linda! Que saudade que eu tava daquela esquina. Tava tão silencioso. Gostava mais dos camelôs, e da feirinha, e de desviar dos carrinhos, e do grafite dOs Gêmeos. De quem será aquele grafite lá no campus novo? É a minha parte favorita. Ai, tem tanta coisa pra fazer da faculdade..

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Sobre ser.

A vida faz muito sentindo quando a gente apenas vive ela. A verdade é que a gente passa mais tempo questionando do que sendo, do que acontecendo. Talvez eu nunca tenha sido tão verdadeiramente eu quanto eu sou agora. Existia um monte de insegurança ocupando espaço na minha cabeça, atormentando os meus atos. E agora? Agora a chuva já se foi, o céu já está limpo. Eu vejo com clareza. Eu vivo. Eu respiro.
O professor me falou sobre vocação e a diferença que isso faz na vida de uma pessoa. E eu sei. Eu sinto. Mesmo sem ainda ser, apenas estando, apenas no processo de formação, eu já sei que agora eu tô lapidando quem eu realmente sou. Já sei que estou exatamente onde eu devia estar. E que pra chegar aqui eu percorri exatamente o caminho que eu precisava percorrer.
Destino? Clareza? Maturidade? Eu não sei o nome, eu não sei definir. Mas, hoje, eu percebo o efeito das pessoas, dos lugares, das experiências na minha vida. E o efeito que eu também causei, as marcas que eu deixei.
A certeza de que absolutamente NADA foi em vão, de que tudo fica, de que tudo soma, de que tudo constrói.
Eu não seria metade do que eu sou sem partes do meu caminho. Clichê? Não sei. Só sei que vocês deviam buscar esse sentimento. Sim! Esse preenchimento que agora mora dentro do meu peito.
É tanta certeza. É! Não está! Pela primeira vez a felicidade É. O que vinha de passagem, o que se fazia efêmera, hoje, caminha ao meu lado.
A realização é diária, a conquista não acabou com a aprovação, com o trote, com a primeira aula. A conquista acontece o tempo todo. TODO!
Vinícius tava certo. É impossível ser feliz sozinho. Só não sei se a gente entende realmente o que isso quer dizer. Eu costumava questionar essa frase. Agora eu percebo que a companhia é dessas que compartilha. Que compartilha amor, conquista, dor, beijos, abraços, a cama, as festas, a tequila, o seriado, o momento, a vida, um show, uma ligação. O sozinho é bem maior que um não amor. O sozinho é bem mais triste.
Eu precisava vir aqui conversar com você(s). Dizer o quanto eu sou grata, o quanto eu sou leve, o quanto eu finalmente SOU.

À todos, à tudo, eu sou grata.
Valeu, sim, a pena. E eu sei disso porque dentro de mim mora a certeza de que nunca deixará de valer.

Nem tudo é fácil, nem tudo são flores, não é só de bons momentos é que se vive. Tem um monte de obstáculo. Tem um monte de dificuldade (e eu preciso vir aqui contar sobre uma delas). Mas a força e a capacidade pra enfrentar, pra superar, vêm da certeza, da vontade, vem do SER.

Eu espero que vocês SEJAM mais. E quando forem, aproveitem todos os instantes e reconheçam o percurso.

domingo, 2 de agosto de 2015

(des)Encanto!

Eu nem sou capaz de descrever o ritmo que bate meu coração nesse momento. Impossível narrar o filme que tá passando na minha cabeça. Mas é isso, caro leitor, aconteceu!
Eu reclamei, eu sofri, eu lutei, eu chorei, eu não desisti! E, agora, essa sou eu na véspera da minha primeira aula de medicina.
Eu sou muito grata por tudo que está acontecendo e por todas as pessoas que atravessaram essa jornada comigo. Queria poder abraçar cada um de vocês e agradecer as palavras de força e carinho.
Enfim, o fracasso desencantou e o sucesso me encanta!
Aqui começa a parte mais desafiadora da minha vida e a promessa que fica é: Eu vou fazer valer a pena!

Por hoje, só deixo aqui o meu nervosismo, a minha ansiedade e a esperança que nunca fraquejou.

Muito obrigada, universo! <3

segunda-feira, 6 de abril de 2015

A Carta.

Sonhos, Caetano, hoje disse por mim tudo o que estava indecifrável no meu peito. Ter saudade é melhor que caminhar sozinho. Me lembrar, bem melhor do que não ter história pra contar. A grande verdade é que eu não sei te odiar, jamais seria capaz. Afinal, você me ensinou um milhão de coisas. Você me substituiu, sem muita imaginação. Ela tem os mesmos cabelos, o mesmo tipo e até o mesmo nome. Fico aqui pensando o quanto isso foi aleatório, ou se é seu subconsciente achando espaço pro seu orgulho, Mas, enfim, essa pergunta não cabe a mim.
Um dia eu disse que esperava que você não se arrependesse, mas as minhas palavras estavam banhadas em praga, em raiva, em ironia. Hoje, eu espero mesmo, do fundo do meu coração. Apesar das - poucas - lágrimas derramadas na hora do choque eu tô aqui desejando que você sorria, que você encontre em alguém tudo o que procurava. Toda aquela história de casamento, filhos, família. Eu fiz muitas escolhas e eu sei que essa jamais seria uma delas. Enfim, talvez esse seja o momento do desapego e eu esteja te esquecendo, ou talvez eu te ame tão de verdade a ponto de me contentar com a sua felicidade, mesmo que eu não faça parte dela. Mas acho que isso eu vou descobrir bem velhinha, depois da vida toda ter passado. Ou não.
Claro que eu não sou assim tão boa pessoa. O afastamento foi a pior parte, E me deixou com a dor de você talvez me odiar. Espero estar errada. Espero que tenha feito isso mais por mim do que por você.
Acho que isso aqui é minha carta de despedida. É o Adeus que eu nunca vou te dar, que eu não seria capaz.
Se encontra, vai ser feliz. Foi bom dividir dois anos de vida com você. Apesar de qualquer coisa, pra mim, o saldo será sempre positivo.

Com amor,

Bruna Tassinari

domingo, 1 de março de 2015

Os ralos.

Eu tenho aprendido tantas coisas sobre mim, tantas forças, tantas fraquezas, tantas vontades, tão pouca vontade. Mas hoje aprendi que o meu corpo é muito mais expressivo do que eu jamais fui capaz de imaginar. Hoje eu tremi por duas horas inteiras, a dor de dentro gritava através das batucadas das pontas dos meus dedos nas superfícies. E quanto mais eu tentava me acalmar mais eu sentia a presença da causa da minha patologia. Tudo nessa minha vida foi contaminado pelo vírus de viver você. Percebi que enquanto eu fuçava pelas redes sociais e encontrava lá um outro alguém sentado ao seu lado numa tarde de domingo aqui você ainda habita. Como é que você pode varrer os meus vestígios enquanto o meu corpo ainda padece do seu mal? O que antes era um símbolo do seu carinho, hoje são células malígnas de um câncer em expansão, em metástase.Você está na composição de mim. é na calça de pijama estampada de cachorros fofos que a sua mãe me deu de aniversário; é na âncora que desgrudou da sua pulseira que encontrei perdida no meio das minhas meias; é nos cachecóis que organizei no guarda roupas; é nas minhas músicas preferidas que tantas vezes cantarolei no pé do seu ouvido e que hoje se assentam num perfil vazio em um aplicativo de relacionamentos; é no quadro cheio de fotos que você me deu em um dia dos namorados que da parede foi ao fundo da gaveta, enterrando aquele recado secreto que você colou na parte de trás; e em todos os ralos da minha casa. Pois é. Até o confessionário do chuveiro que leva as lágrimas escondidas já não é mais seguro. As minhas lágrimas salgadas são obrigadas a atravessar você.
Você substituiu a presença ao seu lado, substituiu a razão do seu sorriso largo. E eu aqui olhando pros ralos que você me deu.
São apenas coisas. Como eu posso me importar tanto com coisas? Como eu posso pensar em jogar todas as coisas fora na esperança de matar o câncer? Sim, eu cheguei numa estrada que eu nunca antes percorri. Tô perdida. Não sei pra onde ir e nem por onde escoar a água.
Já me disseram que é cientificamente comprovado que toda essa dor vai embora em seis meses. Vou ter que respirar fundo e ignorar os ralos por mais quatro meses e três dias, então.